A cada 100 pessoas com idade para trabalhar em Pernambuco, 20 estão desempregadas. É a pior situação em todo o País. O Estado encerrou 2021 com uma taxa de desocupação de 19,9%, um recorde de pessoas de ‘braços cruzados’, desde que o IBGE iniciou a pesquisa, em 2012. Por esses dias, o governo do Estado divulgou uma queda de 19,4% para 17,1% na desocupação em 2021, usando como recorte o quarto trimestre do ano. Mas não há o que comemorar. Além da escalada do desemprego, a renda caiu, a informalidade disparou e a precariedade do trabalho aumentou.
Se no período da implantação dos grandes empreendimentos no Complexo de Suape, entre 2007 e 2014, falava-se em pleno emprego em Pernambuco; a chave virou e o Estado se transformou no campeão nacional do desemprego. Pelos dados do IBGE, em 2012 a taxa local de desocupação era de um dígito (9%) em 2012, na recessão de 2015-2016 chega a 10% e 14,8%, respectivamente, e depois vai escladando, chegando a dobrar num intervalo de 6 anos, entre 2015 e 2021.
Pernambuco também é um Estado que se caracteriza por um grande número de empregados sem carteira assinada e, consequentemente, sem proteção social. A informalidade vem avançando ano a ano e em 2021 alcançou taxa recorde de 51,9%. O índice é reflexo da falta do emprego formal, que faz com que as pessoas procurem trabalhar por conta própria. Entre 2016 e 2021, a informalidade passou de 47,6% para quase 52%.
Não bastasse a precariedade do emprego, o pernambucando ainda está ganhando menos. Enquanto em 2012 o rendimento médio do trabalho era de R$ 2.137; no ano passado fechou em R$ 1.837. O período de maior retração aconteceu entre 2014 (antes da recessão) e 2021, com uma queda de 22,5%. Além da perda do poder de compra, o pernambucano também aparece na lista dos brasileiros mais endividados.
A pandemia da covid-19 também foi responsável pela precarização do emprego e pelo aumento da desocupação, em função do fechamento de setores econômicos para garantir o distanciamento social e reduzir os níveis de contaminação. Os trabalhadores domésticos estão entre as categorias profissionais que foram prejudicadas pelos efeitos negativos da pandemia. As trabalhadoras que haviam conquistados alguns benefícios trabalhistas voltaram a ter a atividade prejudicada por conta das constratações sem carteira assinada.