Fabrício de Freitas | O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a antecipação das comemorações de Natal para o dia 1º de outubro, durante seu programa de televisão “Con Maduro+” na terça-feira (1). Com a presença da primeira-dama, Cilia Flores, o mandatário desejou um “Feliz Natal em paz e felicidade” e enfatizou que as festividades se estenderão até 15 de janeiro. Essa decisão ocorre em um contexto de crise econômica no país, onde a população enfrenta desafios significativos em relação ao consumo e à qualidade de vida.
Maduro criticou a Conferência Episcopal por afirmar que o Natal deveria ser celebrado no dia 25 de dezembro, defendendo que "Jesus Cristo pertence ao povo" e que as comemorações devem ser feitas quando a população desejar. Essa resposta foi recebida com ceticismo por muitos, uma vez que a oposição e observadores internacionais têm questionado a falta de transparência nas eleições e a validade do seu governo, que se estende para um terceiro mandato a partir de 10 de janeiro de 2025.
QUEDA NO CONSUMO E NAS VENDAS
Embora Maduro declare um crescimento econômico robusto de 10%, economistas e associações empresariais relatam quedas significativas no consumo e nas vendas no segundo semestre de 2024. Os principais supermercados já exibem decorações natalinas, indicando uma antecipação do espírito festivo, mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas pela população. Essa situação levanta questionamentos sobre a veracidade das afirmações otimistas do presidente.
ESTRATÉGIA DE MADURO
A prática de antecipar as festividades natalinas não é nova para Maduro, que já utilizou essa estratégia nos anos anteriores para tentar elevar a moral da população em meio a crises, como durante a pandemia da Covid-19. A oposição vê essa medida como uma tática para desviar a atenção dos problemas econômicos e sociais que o país enfrenta.
ORDEM DE PRISÃO CONTRA O CANDIDATO DA OPOSIÇÃO
No mesmo dia do anúncio das comemorações, o Ministério Público venezuelano, sob a liderança do procurador-geral Tarek William Saab, aliado de Maduro, emitiu uma ordem de prisão contra Edmundo González, principal candidato da oposição. Esse fato acrescenta mais tensão ao cenário político já conturbado da Venezuela, onde as festividades podem servir como um pano de fundo para uma situação cada vez mais crítica.