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Raquel Lyra toma posse como primeira governadora de PE


 Raquel Lyra (PSDB) tomou posse, na tarde deste domingo (1º), como a primeira governadora de Pernambuco (veja vídeo acima). Ela teve 3.113.415 votos, o equivalente a 58,70% dos votos válidos nas eleições de 2022. A vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) também foi empossada. É a primeira vez no Brasil que duas mulheres governam um estado.

A nova governadora e a vice foram empossadas por volta das 16h30, em cerimônia realizada no Edifício Miguel Arraes, sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Centro do Recife. Depois disso, também houve solenidade de transmissão do cargo, no Palácio do Campo das Princesas.

A posse foi comandada pelo presidente da Alepe, deputado estadual Eriberto Medeiros (PSB). Raquel Lyra e Priscila Krause chegaram à casa às 15h50, acompanhadas dos pais, João Lyra Neto e Gustavo Krause, respectivamente.

Ambos já foram governadores de Pernambuco. Também chegaram com elas os filhos e outros parentes. Elas foram aplaudidas ao chegar na assembleia, e entraram no plenário ao som de uma versão instrumental de "Asa Branca", música de Luiz Gonzaga (veja vídeo abaixo).

Em seu primeiro discurso como governadora, na tribuna do plenário da Alepe, Raquel Lyra falou sobre o combate à fome como prioridade máxima do novo governo. Disse, ainda, que pretende retomar o protagonismo do estado no cenário nacional (confira aqui a íntegra do discurso).

“Nos últimos anos, sobretudo, vimos grandes conquistas se perdendo, o aumento da miséria, da violência e a perda do protagonismo - que sempre foi nossa marca. Deixamos de ser ouvidos nacionalmente. Pernambuco deixou de ser uma postura para virar uma lembrança. Enquanto nós estamos aqui reunidos, nesta linda cerimônia, cumprindo os ritos democráticos, do lado de fora desses salões, milhões de mães e pais não sabem se vão ter o que servir aos filhos para comer. É com essas famílias que mais me importo e para quem mais vamos trabalhar”, disse.

A posse foi acompanhada de perto por mais de 730 pessoas, entre deputados, autoridades do Poder Judiciário e convidados. Um telão teve que ser montado num auditório fora do plenário, para que 170 pessoas pudessem acompanhar a cerimônia.

Elas assinaram o termo do compromisso constitucional de posse perante a Mesa Diretora da Alepe, conforme determina a Carta Magna de Pernambuco. O mandato delas termina em 6 de janeiro de 2027, já que este é o último ano em que a posse ocorre em 1º de janeiro. Depois do discurso da nova governadora, a cerimônia terminou com o Hino de Pernambuco.

No discurso, Raquel Lyra também falou sobre polarização entre opositores políticos e pediu união. Durante o segundo turno das eleições, em que também houve a disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) pela presidência da República, ela manteve discurso de neutralidade, e não apoiou nenhum dos candidatos.

“Não podemos errar e nem perder tempo com erros que já vimos os outros cometendo. O Brasil e o mundo vivem um clima de muita polarização, tantas vezes transformada em ódio e inimizade. A disputa política leva as pessoas a escolhas diferentes, que são naturais e democráticas. Porém, as divergências não podem estar acima da cidadania, da empatia e da solidariedade. Vou ser a governadora de todas as pernambucanas e pernambucanos, não importando que escolhas fizeram nas urnas. Quero pedir esse voto de confiança aos deputados, prefeitos e todos aqueles que sabem da importância de fazer com que Pernambuco viva um novo tempo. Vamos trabalhar juntos”, afirmou.

No sábado (31), Raquel Lyra anunciou a lista completa de sua equipe de governo. Serão 24 secretarias, além da Procuradoria-Geral do Estado e de outros órgãos de segundo escalão.

A governadora prometeu fazer uma reforma administrativa no estado, para fazer com que os serviços públicos cheguem mais rápido à população.

“Temos um time de secretários e secretárias também sendo empossados a partir de amanhã [segunda]. É uma equipe equilibrada, de homens e mulheres, composta por gente muito bem capacitada, com grande sensibilidade política e de todas as regiões do estado. Temos uma reforma administrativa para encaminhar. Vamos reorganizar a máquina do estado para que ela se torne mais eficiente. E, por eficiência, o que quero dizer é: construir um governo que chegue mais rápido na vida das pessoas e não se perca em si mesmo”, declarou.

Raquel Lyra nasceu no Recife e tem 44 anos. Ela é mãe de João, de 12 anos, e de Fernando, de 10 anos. O pai de Raquel, João Lyra Neto (PSDB), foi vice-governador de Eduardo Campos. Na época, quando era do PSB, ele assumiu o governo em 2014, quando Campos deixou o cargo para concorrer à Presidência.

Raquel é viúva. Ela era casada com o empresário Fernando Lucena, que morreu no dia 2 de outubro deste ano, dia das eleições para o primeiro turno. Ele tinha 44 anos e estava em casa, em Caruaru, no Agreste, quando se sentiu mal. Foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu.

Formada em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Raquel já trabalhou como advogada do Banco do Nordeste e, em 2002, assumiu o cargo concursado de delegada da Polícia Federal, onde permaneceu até 2005. Ela renunciou ao cargo após passar no concurso para a Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Entre 2007 e 2016, foi filiada ao PSB. Entre 2007 e 2010, foi chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do governo de Eduardo Campos. Em 2010, foi eleita deputada estadual, mas se licenciou para assumir a Secretaria da Criança e da Juventude no segundo mandato de Eduardo Campos. Em 2014, foi reeleita deputada estadual.

Saiu do PSB em 2016, ano em que se filiou ao PSDB e se candidatou à prefeitura de Caruaru. Foi eleita prefeita em segundo turno, e foi a primeira mulher a assumir o cargo na cidade. Em 2020, se reelegeu, também em primeiro turno. Renunciou à prefeitura em março de 2022, para concorrer ao governo.

G1

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