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Após ser expulso da Rede, Lóssio diz que vai recorrer em todas as instâncias

Segundo o porta-voz nacional da sigla e braço direito de Marina Silva, Pedro Ivo, a decisão de apoiar ou não outro candidato será tomada em outra etapa


Reprodução

O ex-prefeito de Petrolina e candidato ao governo do estado Julio Lóssio foi expulso da Rede Sustentabilidade, ontem, por unanimidade. A decisão foi tomada por 21 integrantes da comissão executiva nacional. São 25 ao todo, mas quatro faltaram. Segundo o porta-voz nacional do partido e braço direito da presidenciável Marina Silva, Pedro Ivo, a polêmica extrapolou a eleição de Pernambuco e atingiu a nacional, quando Julio Lóssio anunciou a aliança dele com o coronel Luiz Meira (PRP) e Gilson Machado (PSL), ambos aliados do presidenciável Jair Bolsonaro.

De acordo com Pedro Ivo, Lóssio foi expulso por infidelidade partidária, a legenda vai pedir a retirada de sua candidatura junto ao Tribunal Regional Eleitoral, mas ainda vai decidir, em outra etapa, se vai ou não apoiar outro candidato a Palácio das Princesas. Nos bastidores, acredita-se que a sigla pode apoiar Paulo Câmara (PSB), mas nenhum porta-voz confirmou. Ele frisou que Rede só toma decisões em conjunto.

Para Pedro Ivo, os argumentos de defesa de Lóssio não convenceram e não foram "verdadeiros". O porta-voz nacional lembrou que a Rede fez aliança com Romário no Rio de Janeiro, como disse Lóssio, mas frisou que há diferenças nessa situação. De acordo com ele, a aliança com Romário foi decidida pela sigla, em debates internos, e não imposta.

A Rede foi pega de surpresa com a divulgação de material de campanha onde aparece Lóssio, o coronel Luiz Meira, Andrea Lóssio, esposa do candidato e Jair Bolsonaro. “Ele assumiu que fez uma aliança com dois partidos (PRP e PSL) com os quais a Rede não está coligada nem nacionalmente, nem localmente (…) Uma aliança diferente dos nossos princípios e valores. Ele assumiu que assimilou propostas de segurança do candidato (Meira), fez ato público... Além de ter praticado infidelidade, violou a história do partido”.

Indagado se Marina Silva tinha endossado a decisão, uma vez que a Rede ficará sem candidato a governador, Pedro Ivo respondeu: “Vocês precisam entender a Rede, não somos um partido que tem um dono. Marina não participou da reunião, não tem nada de pessoal contra Julio Lóssio. A atitude foi tomada porque somos um partido sério”, acrescentou, em entrevista ao Diario de Pernambuco.

Julio Lóssio disse não ter tido direito de defesa. “Nunca vi você expulsar alguém sem dar o direito de defesa. A Rede está voltando para a época em que pertenciam ao Partidão onde executavam as pessoas que desagradavam a eles. Vamos discutir isso em todas as instâncias. Nossa candidatura foi construída e legitimada pelas pessoas e pelo próprio partido e temos a maioria da rede ao nosso lado”, declarou.

A decisão política deixa dúvidas sobre o que acontece a partir de agora. Especialista em direito eleitoral, o advogado João Fontoura diz que nunca teve conhecimento de uma situação semelhante. Muito embora tenha direito a recorrer, o ex-prefeito de Petrolina deve perder, de imediato, o espaço que tinha no guia eleitoral no rádio e na TV, além dos recursos financeiros repassados pela legenda. De acordo com a prestação de contas feita junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a direção nacional da Rede havia repassado, até o fechamento desta matéria, R$ 25 mil à campanha do candidato.

“O que tem de diferente nesse caso é que Lóssio está brigando com o próprio partido. E boa parte dos atos feitos durante a campanha são de autoria do partido, não do candidato”, explicou. Segundo o especialista, para continuar concorrendo, Lóssio precisaria conseguir uma decisão liminar obrigando o partido a continuar repassando recursos. “Outra questão é que, para a Justiça Eleitoral, a candidatura dele não tem problema (legal). Se a justiça não for informada (oficialmente), o nome dele continua lá, na base de dados. Nesse caso, a Rede teria que fazer um movimento jurídico”.
Veja a nota de Lóssio na íntegra

NOTA DE ESCLARECIMENTO - A CAMPANHA CONTINUA

Apesar de ainda não ter sido notificado da decisão, em relação à publicação feita no site da REDE Sustentabilidade, venho esclarecer:

A legislação garante que um filiado a partido político somente pode ser expulso por processo disciplinar em que sejam garantidos o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal.
Contudo, numa manifestação opressiva e antidemocrática, a REDE decidiu pela minha expulsão sumária, sem nenhum respeito a essas sagradas garantias constitucionais.

A CAMPANHA SEGUIRÁ NORMALMENTE até a decisão da Justiça Eleitoral, quem efetivamente tem competência para dar a palavra final sobre o tema e deliberar sobre eventual pedido de cancelamento de registro de candidatura.

Confio no Poder Judiciário e tenho convicção de que esse ato arbitrário será revisto pelo Egrégio Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

Os partidos políticos não podem pregar a democracia da “porta pra fora” e funcionar com uma ditadura da “porta pra dentro”. A democracia intrapartidária exige respeito aos direitos fundamentais dos filiados, tal como previsto na nossa valorosa Constituição.

Julio Lossio
Candidato a Governador de Pernambuco


Diário de Pernambuco
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